ENTREVISTA: JoeBlack - Um Produtor por amor à Black Music

Ele nasceu em Porto Alegre, tem 36 anos, cresceu sob forte influência de Barry White, Stevie Wonder e Michael Jackson. É cantor, compositor, produtor, formado em Publicidade e Propaganda, e apaixonado pela Black Music desde a infância. Foi vocalista da Banda "The Hard Working Band" e mudou-se para São Paulo, arriscando tudo, para mostrar seu trabalho que mescla  Soul, R&B e Hip Hop.

Mesmo tendo lançado um EP em 2003, resolveu arriscar-se e dar a cara para bater, produzindo novos talentos que começavam a despontar no  Hip Hop em São Paulo, trabalhando com: Negra Li, Quelynah,  Rodrigo Moratto, Goobie, Cindy e As Antonias.

E a partir de agora, JoeBlack fala de sua história e sobre o desafio de lançar os talentos do R&B, numa entrevista exclusiva para a Rolling Soul Brasil. Confira:

RSBrasil: JoeBlack, Como é produzir o R&B no Brasil?  É fácil?

JoeBlack: "É um trabalho árduo. Não existe um mercado pronto para este gênero aqui. Ainda não, pelo menos. Existe muita desinformação por parte de executivos de gravadora, programadores de rádio, empresários... Eles já lançaram projetos com cara de R&B, que não deram certo, por falta de um investimento mais correto ou até por falta de qualidade mesmo. O que temos hoje é uma cena brasileira marginalizada, ou seja, os artistas não conseguem espaços significativos, não conseguem se vender, participar de grandes eventos, turnês. A consequência disso é que a grana envolvida é completamente escassa. Cada artista acaba acreditando em si próprio e banca seus projetos. O meu trabalho, principalmente por que tenho interesse em que essa cena do R&B brasileiro cresça e fique mais competitiva, acaba sendo viabilizar oportunidades para artistas com talento."

RSBrasil: Você encontra muita resistência, quanto à divulgação dos novos talentos? 

JoeBlack: "Sim, muita resistência. No Brasil, o interesse por coisas realmente novas é praticamente nulo. Até por que falta dinheiro para isso, por conta das mudanças no mercado fonográfico. Deste jeito, só se investe no que é certo. Naqueles gêneros musicais consagrados e ditos "realmente brasileiros". A música Pop aqui, como a música pop é no resto do mundo, não tem força. Tenta-se fazer, mas a má vontade contra ela é maior. E parte da música pop é o R&B. Então, a gente sofre o pênalti. Por que vão querer lançar um cantor negro (ou até branco), cantando um som black com pegada internacional, se eles podem investir em bonitinhos do sertanejo universitário e faturarem mais?"

RSBrasil: Em sua opinião, o que falta para o R&B Nacional ser reconhecido e estourar nas rádios do Brasil?

JoeBlack: "Bastante coisa. Mas, principalmente, e o mais difícil, tentar criar uma identidade própria porém muito em sintonia com o que está acontecendo lá fora. O R&B nacional deve ter uma cara natural mas também precisa estar atualizado, ser moderno. Eu não digo apenas na questão da sonoridade, mas no conceito, no visual, na comunicação. Eu acho que um grande fator de rejeição por parte de quem faz a máquina rodar é o artista nacional querer forçosamente ser parecido com o Usher ou o Chris Brown. Eu não acho isso tão ruim. Quer dizer que o artista está se cercando de elementos que são próprios do R&B. Mas parte do público, quem é formador de opinião (os jornais, blogs, as revistas, que divulgam o artista) e quem tem grana pra investir acabam por vezes com medo de apoiar um artista com essa cara. Existe essa rejeição aos gringos do r&b e hip hop. Coisa que não acontece no rock, obviamente. Mas isso também já é outro assunto. Isso tudo faz com que o artista não tenha perspectiva de visibilidade. Como é que ele vai tocar na rádio se a carreira dele não tem como decolar? Se ninguém vai ganhar dinheiro em cima dele? Temos o caso do Terra Preta, que é alguém que eu acredito que conseguiu esse meio termo de identidade. Ele tem tudo pra abrir portas para novos artistas. Ele só precisa de uma chance para estourar. Só precisa que alguém realmente grande acredite nele e o coloque nas cabeças."

RSBrasil: O que tem ouvido para inspirar-se?

JoeBlack: "Eu escuto muito soul, pop e r&b das antigas, mas infelizmente, por causa do meu trabalho, eu acabo escutando muito as coisas que faço, até para ir corrigindo e acertando mixes e master. Tenho ido atrás de coisas novas, mas pouca coisa  tem me atraído. A cantora Elle Varner é uma dessas poucas coisas." 

RSBrasil: Quem você tem produzido e quais são as suas apostas para 2012? 

JoeBlack: "Eu finalizei um EP do cantor Ley, que também é dançarino. Ficou muito a cara dele. Um R&B standard. Fiz músicas para o Rexman, que é rapper. Também estou trabalhando num projeto da cantora Clawdia Ejara e finalizando uma música para a cantora Letycia. Estou começando a compor o Volume 2 do meu Mundo Paralelo, um projeto que me deu muito prazer em fazer. Junto com os meus parceiros do The HIT (Riztocrat e Victor "PLG" Reis), acabei de produzir o disco da Banda Cine e do Sevenlox, que é insano!!! Temos mais outros grandes projetos de pop para 2012. Torço muito pra que tudo isso que andam falando sobre o rap nacional se concretize, que ele realmente seja a bola da vez em 2012. Artistas bons não faltam, principalmente aquele pessoal de Curitiba... O Savave e a Karol Conká,  eles estão mandando muito bem e fazendo tudo direitinho, do jeito que deve ser."

E aí gostou!? Conheça mais um pouco do Trabalho de JoeBlack acessando o Site Oficial e ouça aqui, ele e as suas novas revelações do R&B:







Por, Angel Keys.

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1 comentários:

  1. Tenho que dizer..! Ama o que esta fazendo.. uma grande pessoa, meu produtor ehehe..!! e virou um grande amigo!! JoeBlack.. sucesso e Vamo que Vamo R&B Nacional!! Parabéns á Rolling Soul pela iniciativa e entrevista..

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