NÓS TEMOS R&B e SOUL NACIONAL, SÓ FALTA FORTALECER !


O Brasil que é riquíssimo em sua cultura, por muitas vezes deixam escapar oportunidades que podem trazer reconhecimento aos seus artistas de uma vertente, que foi ignorada pelo sistema e até mesmo por todos nós. 
Infelizmente para você ouvir ou ter conhecimento sobre um artista do cenário Black na mídia, é necessário que ele estoure nas paradas de sucessos. Você vê outras vertentes nacionais bombando e se pergunta: Cadê o Soul e  principalmente o R&B nessa fatia do mercado?  Por que nossos artistas são vendidos como MPB e Pop, quando eles são a alma da black music nacional?

Todos os nossos artistas da black music nacional são vendidos como MPB, POP e até ROCK. Geralmente quando vou à lojas ou acesso os sites para comprar CD'S e DVD'S, vou direto na sessão onde deveria estar os artistas da black music, seja no R&B e SOUL e não os encontro lá. Porém, se eu for direto na sessão de POP, POP Rock e MPB, certamente terá um Tim Maia, Cassiano e muitos outros por lá.  Mas aonde foi parar mesmo a nossa música?  Nas prateleiras do POP  e ROCK!!!

Como pode, Ed Motta que além de um profundo conhecedor da música mundial, é um dos artistas mais reverenciado e influenciador direto do cenário Black e Gospel Nacional,  estar na sessão de pop/rock?




Quando falamos de R&B/Charme e Soul Nacional, qual artista vem à sua mente?  Ed Motta, Tim Maia, Sandra de Sá, Luciana Mello, Hyldon, Cassiano, Banda Black Rio, Fat Family, Negra Li, Vanessa Jackson?  Naturalmente, para nós eles são nossos representantes. Por qual razão as gravadoras não conseguem defini-los como Black Music Nacional e os catalogam e rotulam como MPB, Pop e Rock?  Seria, por que para as gravadoras nacionais, aqui no Brasil, essa vertente herdada dos Estados Unidos, simplesmente não existe na nossa cultura? Se for, isso é no mínimo um equívoco. Essa vertente tem um público enorme que estão prontos pra consumir seus artistas, desde que eles sejam identificados como representantes desse cenário que só tende  a crescer. Hoje, esse público consome tudo o que é de fora, porque nesta geração, não foi dada a continuidade de um trabalho que começou lá nos bailes dos anos 70 que fortaleceram o Soul de Tim Maia, o romantismo de Cassiano, o swingue de Sandra de Sá, e tantos outros que se espalharam da periferia aos  centros das grandes cidades do país. Estamos acostumados a importar nossas referências, porque não ouvimos mais os artistas brasileiros que fazem ou fizeram, muitas vezes R&B/Charme e Soul nacional de qualidade, tocar nas principais baladas e rádios. 
Sublimes sucesso dos anos 90
Tantos artistas que foram precursores, dando a cara pra bater e simplesmente migraram para outras vertentes, ou até desistiram, por falta de apoio daqueles que gostam do mesmo ritmo, mas só consome e prestigia se for gringo. Eu mesma, me sinto co-responsável por saber que o nosso Soul e suas vertentes, poderiam estar no lugar que merece, mas por falta de costume, e até de cultura, deixei de apreciar grandes cantores, simplesmente por não ter o hábito de ouvir e super-valorizei os artistas de outros países por me identificar com o som e a sigla que a representa: R&B, Soul e Neosoul.

Se você for à um baile/balada black, 99% das músicas que tocam, são internacionais. A culpa é de quem? Se é que existem culpados, é nossa e de quem tem a oportunidade e a massa à sua disposição e não  disseminam a nossa música. Nos identificamos com os artistas internacionais, justamente por que nos faltam referências do estilo de som que gostamos no nosso país, e ainda pagamos caro por isso, desembolsando até o que não temos, pra ter a chance de presenciar suas performances ao vivo quando eles vem ao Brasil.  Por que fazemos isso? Por falta de artista? Qualidade? É claro que não!

Não que, não possamos ouvir e consumir o som que nos agrada. Aqui mesmo, procuramos por notícias para postar sobre os artistas nacionais, e elas praticamente não existem. Passamos a semana garimpando e peneirando, o que acreditamos que será bom pra impulsionar a cena,  e encontramos muitas dificuldades, diferente do que acontece no Hip Hop Nacional, que ganhou força, justamente por que eles não aceitaram os nãos que lhes eram dados e se mantiveram fortes e posicionados para alcançar o objetivo com o apoio da massa. A música não precisa de rótulos, mas eles existem. E se existem, por que não os fazem de acordo com as vertentes que o sistema mesmo criou?
Hoje, o que poderia ser um grande momento para o R&B, Soul e Charme, está se tornando um grande fiasco. Uma novela nacional de alcance internacional, que todo mundo sabe qual é, abriu espaço para a black music nacional, e o que acontece? Não tem artista brasileiro pra tocar, simplesmente porque as rádios e bailes não focaram a música nacional durante anos, e não existe um catálogo das vertentes nas gravadoras que estejam diretamente ligadas à black music, com exceção do Rap/ Hip Hop.

Não seria interessante termos Ed Motta, Luciana Mello, Claúdio Zolli, Léo Maia, Sandra de Sá, Pedro Mariano, e tantos outros lá, representando a nossa música?  Seria!  Mas somos obrigados a "engolir"  o "Funk Melody", sendo vendido como  R&B e Charme, e alguns cantores que nunca fortaleceram a nossa vertente, serem mostrados para o Brasil como representantes do gênero, por não termos aproveitado a oportunidade de reconhecer os nossos artistas! 

Silvera  
Sentiu o peso da nossa responsabilidade? Se não mudarmos isso agora, neste tempo, as próximas gerações, também, não consumirão a nossa música. Agora, se você e eu fortalecermos o R&B e todas as vertentes do Soul, e exigirmos o seu reconhecimento, muitas oportunidades serão dadas aos representantes desse estilo de vida que é muito mais que moda.O futuro da nossa música está em nossas mãos. Faça a sua parte! Exija que a nossa música seja reconhecida!

Se identificar-se com a vertente, consuma, prestigie, toque, divulgue e apoie os artistas brasileiros que mesmo com toda referência internacional, ainda conseguem fazer um trabalho diferenciado e de qualidade para os apreciadores da Black Music Brasileira.

Paz!

Angel ♥




Fotos: Google e sites de vendas de CDS

CONVERSATION

4 comentários:

  1. A MATERIA FOI PERFEITA E ABORDA O TEMA COM OBJETIVIDADE. GOSTEI MUITO! EU E OUTROS DJs TEMOS TIDO INICIATIVAS NESSA DIREÇÃO,OU SEJA, AMPLIAR O SEGMENTO BLACK NACIONAL. QUEM TIVER INTERESSE, É SÓ ACESSAR A RADIO QUE TOCA 100% BLACK NACIONAL:
    www.radiopreta.com.br

    Marcell DJ (Coordenador Geral)

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  2. ANGEL, ACEITA A AMIZADE NO FACEBOOK. EU ESTOU QUERENDO AS SUAS MUSICAS PARA COLOCAR NA PROGRAMAÇÃO DA RADIO PRETA, OK!
    ENTRA EM CONTATO.
    marcelldj@terra.com.br

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  3. O papo é interessante. Pensem no seguinte: até bem pouco tempo, as músicas que tocavam nos bailes funk eram 100% importadas. Exemplo: Trinere, Spyder D, CDIII, etc.

    DJs como Marlboro, Batata, Romulo Costa e Cia enfrentaram esta cultura e produziram artistas da periferia para cantar o Funk Nacional.

    Hoje 100% do set é nacional. Não dependem de gravadoras pois a produção é independente.

    O brasil, branco de olhos azuis ou negão gosta deste tipo de funk. Eu detesto porém reconheço a potência do movimento.

    Acho que isto carrega alguma lição, não?

    Aliás vale ressaltar que o próprio marlboro era charmeiro (!!!!!). = RnB.

    O que está havendo então? Sugiro a contratação dos caras como consultores sobre o assunto pq até o momento, os principais militantes do movimento não apontaram caminhos sólidos sobre o destino da Música Preta.

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